quinta-feira, 17 de maio de 2012

O Hugo Viana já foi o meu André Martins!

O anúncio dos eleitos. Ás oito da noite Paulo Bento aparecia em todos os canais, em todos os ecrãs do país.
Sem o entusiasmo de outros tempos, vi em directo a sucessão dos vinte e três nomes que saíam da boca do seleccionador. Sei de antemão que no dia 9 de Junho vão subir ao relvado com as quinas ao peito, salvo imprevisto, Patrício, J. Pereira, Pepe, B. Alves e Coentão, M. Veloso, Moutinho e Meireles, Nani, C. Ronaldo e Postiga. Devido a uma escassez a que já não estávamos habituados não haverá surpresas, os outros serão pouco mais que figurantes. Infelizmente não temos "Raúles Gonzales" nem "Romários" para deixar de fora. Aguardava apenas por um nome, o único que me faria reagir, que me causaria alguma ilusão. André Martins é como aquelas paixões nos anos da adolescência. A miúda nova na escola que nos ficou na cabeça desde a primeira vez que a vimos, fugazmente, no recreio. Depois foi-nos apresentada, aos poucos fomo-la conhecendo melhor, mas ainda não o suficiente para que saibamos tudo, ainda sem defeitos, ainda com espaço para a fantasia. É a sedução de um olhar, a insinuação de um decote. Hugo Viana é o oposto. Foi a paixão fulgurante daquela meia época de Sporting, aquele meio ano em que parecia que já não podíamos viver sem ele. Em 2002 ele foi o meu André Martins. Depois apagou-se. Nem Newcastle, nem Valência, nem sequer Osasuna. Representa a expectativa gorada, a relação gasta, já conhecemos todas as virtudes e defeitos, já não há espaço para mais magia. Grande de mais para o SC Braga,  não o suficientemente bom para outros patamares. O nome de André Martins não foi pronunciado naquela conferência de imprensa. As aulas acabaram e ela disse-nos que ia passar as férias fora, o derrubar das esperanças de um encontro fugidio  no calor do verão. Nem sequer a sedução de um olhar, nem sequer a insinuação de um decote. André Martins, já o estava a ver, quando a teia alemã tecida por Bastian Schweinsteiger nos começasse a enlear como de costume, a saltar do banco, a costurar de vez o meio campo português rumo à vitória. Assim, resta-me esperar que as aulas comecem novamente e ela volte a entrar pelo portão da escola, fulgurante, magnifica. A época da plena afirmação. Entretanto, e com o festival de verão da Polónia/Ucrânia a chegar à cidade, resta-me a pequena esperança que escondido nos 23 de um qualquer dos ranchos folclóricos presentes, surja um novo e desconhecido amor de verão, quem sabe um novo Arshavin, um novo Mesut Özil...

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